Corria o ano de 2003. Em Agosto escrevi a 1º mensagem para o Forum da Câmara Municipal:
Dr.Carlos Miguel
Descobri há pouco tempo este “site” e o espaço reservado à colaboração dos munícipes. É um bom trabalho. Nele os nossos eleitos nos dizem: - aqui estou eu, aqui estamos nós, vejam-nos, fomos nós que fizemos isto aqui, , acolá aquilo, estão previstas outras coisas, etc. E nós, do lado de cá, vemos, usufruimos, aplaudimos e ... protestamos. Também daqui, do teclado do computador.
Assim, pois, o meu, obviamente bem intencionado. Sobre automóveis e automobilistas, peões, parques e polícias, estacionamentos.
É o Trânsito onde cabem todos estes vocábulos e acerca do qual toda a gente diz mal. Ainda não falei com ninguém que opinasse noutro sentido. Tão pouco na imprensa.
Apenas V.Exa e a sua vereação se vêm conformando com a situação, pois, se assim não fosse, já há muito tempo nos teriam dito:
- aqui estamos nós, vejam a nossa obra! Como isto rola ! Desloquem-se, passeiem à vontade pela cidade, entrem na C.G.D. a pé e não com o carro debaixo do braço, subam a rua Santos Bernardes com a criancinha, até à Física, tomem, de passagem, uma bica e um bolo e um gelado pro menino, na Milai, sem necessidade de jogar ao labirinto, comprem o selo sem piscas na estação dos Correios. Paguem os impostos nas Finanças saboreando calmamente as bichas. Dirijam-se à Câmara Municipal em cima dos pés, sem necessidade de levar a barriga ao colo, cumprimentem o sr vereador que, de igual jeito, se desloca par o trabalho...Levem o medicamento que compraram na farmácia no bolso do casaco ou na malinha e não no porta luvas do carro...
“O problema do trânsito é muito difícil de resolver” É um lugar comum na boca de todos os governantes. Nenhuns contudo dizem porquê. A nós, do lado de cá, compete-nos dizer, como em relação aos demais, isto está mal e tem que ser corrigido. Há quem o tenha feito. E nem é preciso ir a Espanha. Basta ir ver o novo estádio do Braga, passar pela Bragolândia e aproveitar para ir ao Bom Jesus, (subindo e descendo as escadas mesmo se para pagar promessa), e, de seguida, parquear por baixo, na baixa. Juntar os seus pèzinhos a milhares de outros e ir por eles à Sé, a um museu, a uma livraria, a uma pastelaria tomar um chá ou uma cerveja, comprar umas jeans... um par de sapatos... jantar numa esplanada ... Constatar, depois, em passeio digestivo, que isto acontece em toda a zona histórica e comercial da cidade, recuperada em função do cidadão apeado. Zona com uma área superior à da cidade comercial de Torres Vedras ! Recordar, a propósito, o protesto pacóvio de alguns comerciantes do nosso burgo quando foi interditado o trânsito NUMA rua central ...!
“O problema do trânsito é muito difícil de resolver” . Alguma coisa foi feita, digo eu, dr Carlos Miguel: alargou--se a área do estacionamento pago, colocaram-se “palitos” em alguns passeios, alteraram-se sentidos de trânsito, fizeram-se pequenas rotundas e criou-se um parque de estacionamento para 200 lugares. Trata-se de boas iniciativas que poderiam ter contribuido para uma melhoria substancial da situação. Todavia o cidadão-torreense-auto-mobilizado-chicosperto não paga o estacionamento, julga que os palitos surgiram na sequência do embelezamento artístico da cidade e pára ali para apreciar, há os que os utilizam para limpar a mrd dos pombos que se cola aos sapatos, estaciona em segunda fila e diz ao polícia (se aparecer) ou ao proprietário do carro bloqueado que “foi só um minutinho”, pensa que o parque de 200 lugares é para quem não tem jeep...ou para os lorpas...
Estes cidadãos também a si não têm respeito, dr Carlos Miguel, porque não faz cumprir as elementares normas que implantou. E é o que se vê. A CM tem que fazer uma campanha pedagógica, a começar em lume brando, assim uma espécie de “dia-semanal-tolerância-zero-trânsito-na-cidade”. Que passaria, no mês seguinte, a dois-dias-semana .....cidade”, depois “três-dias...”, depois “quatro...”, etc.
Não tardaria que os cidadãos ficassem a conhecer as regras e a cumpri-las, nomeadamente, a saber que é proibido parar o carro numa artéria de tráfego intenso para, p.e., ir ao multibanco, que os 4 piscas não significam que o automobilista não se esqueceu do carro ali, que do parque dos 200 lugares ao centro da cidade (Praça 25 de Abril) “são cinco minutos a pé”.
( Nem os vizinhos das bicicletas, frangos, e etc o usam!!!!) Que...que...
Os responsáveis da CM poderão vir a merecer os elogios dos seus munícipes, que diriam:
- Afinal não custou nada!?
- O gajos até nem entraram a matar !?
-Vem-se muito bem do parque até aqui...até aproveitei para fazer 3 chamadas no telemóvel!
- Agora o que são precisos é mais locais de estacionamento!
Dos mais distraidos destes problemas:
- Onde se meteram os carros?
Ou em pleno Janeiro:
- Parece que estamos em Agosto oh Laidinha! Até me deram um cartão de residente !
Por aqui me fico, dr Carlos Miguel. Desculpe o desabafo.
Não sou de cá mas gostava de usufruir melhor a cidade onde vivo.
Os meus respeitosos cumprimentos
A.Araujo
(utilizador do parque dos 200)
P.S. Estive recentemente em Segóvia, onde, como certamente sabe, o trânsito não está interdito na zona histórica. Antes altamente disciplinado.
P.S. 2 – Coincidências: Acabei de ler num jornal local que o Sr.Presidente da Câmara irá propor o alargamento da área de estacionamento, bem como o pagamento de uma quantia simbólica para os utentes do parque dos 200 lugares. Muito bem. Se for mesmo para pagar, claro.
Dr.Carlos Miguel
Descobri há pouco tempo este “site” e o espaço reservado à colaboração dos munícipes. É um bom trabalho. Nele os nossos eleitos nos dizem: - aqui estou eu, aqui estamos nós, vejam-nos, fomos nós que fizemos isto aqui, , acolá aquilo, estão previstas outras coisas, etc. E nós, do lado de cá, vemos, usufruimos, aplaudimos e ... protestamos. Também daqui, do teclado do computador.
Assim, pois, o meu, obviamente bem intencionado. Sobre automóveis e automobilistas, peões, parques e polícias, estacionamentos.
É o Trânsito onde cabem todos estes vocábulos e acerca do qual toda a gente diz mal. Ainda não falei com ninguém que opinasse noutro sentido. Tão pouco na imprensa.
Apenas V.Exa e a sua vereação se vêm conformando com a situação, pois, se assim não fosse, já há muito tempo nos teriam dito:
- aqui estamos nós, vejam a nossa obra! Como isto rola ! Desloquem-se, passeiem à vontade pela cidade, entrem na C.G.D. a pé e não com o carro debaixo do braço, subam a rua Santos Bernardes com a criancinha, até à Física, tomem, de passagem, uma bica e um bolo e um gelado pro menino, na Milai, sem necessidade de jogar ao labirinto, comprem o selo sem piscas na estação dos Correios. Paguem os impostos nas Finanças saboreando calmamente as bichas. Dirijam-se à Câmara Municipal em cima dos pés, sem necessidade de levar a barriga ao colo, cumprimentem o sr vereador que, de igual jeito, se desloca par o trabalho...Levem o medicamento que compraram na farmácia no bolso do casaco ou na malinha e não no porta luvas do carro...
“O problema do trânsito é muito difícil de resolver” É um lugar comum na boca de todos os governantes. Nenhuns contudo dizem porquê. A nós, do lado de cá, compete-nos dizer, como em relação aos demais, isto está mal e tem que ser corrigido. Há quem o tenha feito. E nem é preciso ir a Espanha. Basta ir ver o novo estádio do Braga, passar pela Bragolândia e aproveitar para ir ao Bom Jesus, (subindo e descendo as escadas mesmo se para pagar promessa), e, de seguida, parquear por baixo, na baixa. Juntar os seus pèzinhos a milhares de outros e ir por eles à Sé, a um museu, a uma livraria, a uma pastelaria tomar um chá ou uma cerveja, comprar umas jeans... um par de sapatos... jantar numa esplanada ... Constatar, depois, em passeio digestivo, que isto acontece em toda a zona histórica e comercial da cidade, recuperada em função do cidadão apeado. Zona com uma área superior à da cidade comercial de Torres Vedras ! Recordar, a propósito, o protesto pacóvio de alguns comerciantes do nosso burgo quando foi interditado o trânsito NUMA rua central ...!
“O problema do trânsito é muito difícil de resolver” . Alguma coisa foi feita, digo eu, dr Carlos Miguel: alargou--se a área do estacionamento pago, colocaram-se “palitos” em alguns passeios, alteraram-se sentidos de trânsito, fizeram-se pequenas rotundas e criou-se um parque de estacionamento para 200 lugares. Trata-se de boas iniciativas que poderiam ter contribuido para uma melhoria substancial da situação. Todavia o cidadão-torreense-auto-mobilizado-chicosperto não paga o estacionamento, julga que os palitos surgiram na sequência do embelezamento artístico da cidade e pára ali para apreciar, há os que os utilizam para limpar a mrd dos pombos que se cola aos sapatos, estaciona em segunda fila e diz ao polícia (se aparecer) ou ao proprietário do carro bloqueado que “foi só um minutinho”, pensa que o parque de 200 lugares é para quem não tem jeep...ou para os lorpas...
Estes cidadãos também a si não têm respeito, dr Carlos Miguel, porque não faz cumprir as elementares normas que implantou. E é o que se vê. A CM tem que fazer uma campanha pedagógica, a começar em lume brando, assim uma espécie de “dia-semanal-tolerância-zero-trânsito-na-cidade”. Que passaria, no mês seguinte, a dois-dias-semana .....cidade”, depois “três-dias...”, depois “quatro...”, etc.
Não tardaria que os cidadãos ficassem a conhecer as regras e a cumpri-las, nomeadamente, a saber que é proibido parar o carro numa artéria de tráfego intenso para, p.e., ir ao multibanco, que os 4 piscas não significam que o automobilista não se esqueceu do carro ali, que do parque dos 200 lugares ao centro da cidade (Praça 25 de Abril) “são cinco minutos a pé”.
( Nem os vizinhos das bicicletas, frangos, e etc o usam!!!!) Que...que...
Os responsáveis da CM poderão vir a merecer os elogios dos seus munícipes, que diriam:
- Afinal não custou nada!?
- O gajos até nem entraram a matar !?
-Vem-se muito bem do parque até aqui...até aproveitei para fazer 3 chamadas no telemóvel!
- Agora o que são precisos é mais locais de estacionamento!
Dos mais distraidos destes problemas:
- Onde se meteram os carros?
Ou em pleno Janeiro:
- Parece que estamos em Agosto oh Laidinha! Até me deram um cartão de residente !
Por aqui me fico, dr Carlos Miguel. Desculpe o desabafo.
Não sou de cá mas gostava de usufruir melhor a cidade onde vivo.
Os meus respeitosos cumprimentos
A.Araujo
(utilizador do parque dos 200)
P.S. Estive recentemente em Segóvia, onde, como certamente sabe, o trânsito não está interdito na zona histórica. Antes altamente disciplinado.
P.S. 2 – Coincidências: Acabei de ler num jornal local que o Sr.Presidente da Câmara irá propor o alargamento da área de estacionamento, bem como o pagamento de uma quantia simbólica para os utentes do parque dos 200 lugares. Muito bem. Se for mesmo para pagar, claro.