A "Mobilidade", ou antes, A "Mobilidade sustentável " é uma das bandeiras que a Câmara Municipal de Torrés Vedras exibe orgulhosamente à população. Já em 2008 se dizia ser o "Ano da Mobilidade"!!!
Compraram-se bicicletas para recreio de fim de semana e alargou-se o estacionamento para a periferia da cidade em zonas essencialmente residenciais.
E goza-se com isto.
Eu cá, também
Esclarecimento necessário:
É importante ter algum conhecimento dos nomes das ruas que refiro:
Resolvi há dias percorrer o Centro Histórico com um amigo que não o conhecia.
Marcámos o encontro num domingo, numa conhecida cervejaria perto da Igreja de S.Pedro, onde almoçámos.
Iniciámos a nossa caminhada pela Rua França Borges que nos levou até à Praça da República onde, por momentos, apreciámos a tranquilidade que aquele bonito espaço oferece.
Hesitei no percurso que, a partir dali, devia utilizar. Entre a Rua 9 de Abril, Serpa Pinto e Paiva de Andrade, decidi-me por esta, que foi de automóveis e floreiras e que serve agora para passear. Entrámos, a meio caminho, na Rua José Eduardo Cesar ou Rua das Tias (já vai havendo poucas), contornámos a casa de família do nosso querido Cardeal Patriarca pela " Praça da Batata" e seguimos para a conhecida Rua Serpa Pinto, que descemos até à Gago Coutinho. Com a Praça do Município ali à mão, foi essa a minha escolha, não apenas para o meu amigo apreciar a beleza arquitectónica do local, com o fragmento de fuste torso de pelourinho ali colocado, como também porque me propus percorrer o moderno e bonito "corredor pedonal" até ao Largo de Sto António. Atravessámos, assim, a Rua Gago Coutinho com destino à Praça que muitos elogios mereceu do meu amigo.
Entrámos na Travessa Luis Cardoso, prosseguimos pela Rua da Cruz, parámos por momentos na Cooperativa de Comunicação e Cultura ( pena estar fechada por ser domingo), continuámos pela Rua Elias Garcia até ao Largo de Sto António, o mais bonito da cidade, isto eu disse ao meu amigo.
Já era tempo da pausa, que fizemos, aproveitada para admirar o local. Baterias carregadas, continuámos a caminhada.
Com calma e lentamente, que a subida era íngreme, alcançámos a Rua de Sto António, avançamos até às imediações do Castelo, e, depois de uma breve pausa para entregar uma prenda de anos a um amigo que habita na zona, descemos a Rua Luiz Boto Pimentel, virámos para a direita, ao fundo, para a Rua de Traz do Açougue, Rua da Cruz a seguir (onde já havíamos estado) e mais à frente para a Rua do Cavaleiro das Esporas Douradas que descemos até à Rua da Horta Nova.
Com um bar perto, entrámos para uma já apetecida bebida. Foi quando o meu amigo me perguntou se não me importava de voltarmos ao Castelo para o visitar. Claro que não me importei. Como o melhor caminho seria pelas Ruas da Cruz e Elias Garcia (onde já estivéramos) para elas nos dirigimos através da Rua dos Celeiros de Sta Maria. Virámos à esquerda para a Rua da Cruz, que o Largo era logo ali. Aproveitámos para mais uma olhada e seguimos na direcção do Castelo.
A visita foi longa e muito apreciada pelo meu amigo.
Regressámos, descendo de novo a Rua Luiz Boto Pimentel, mas agora na direcção do Largo do Grilo ( há ali uma escultura que mal se vê), Rua Mouzinho de Albuquerque depois em frente pela Rua Cândido Reis, Largo Infante D.Henrique, com a mais monumental fonte gótica nacional, de seu nome Chafariz dos Canos que o meu amigo adorou. Prosseguimos o nosso passeio pela rotunda do Viaduto dos Comboios , uma "xaropada" disse o meu amigo. Achei graça ao comentário, por isso o menciono. Entrámos, a seguir, na Rua Ten.Cor. João Luis de Moura, a do Mercado, do qual a cidade se orgulha, e do Garrafão da Joana de Vasconcelos, de que uns gostam e outros não.
Como se fizesse tarde não tivemos tempo para apreciar a bonita igreja de S. Pedro no Largo do mesmo nome. Atravessei o Largo com a requerida prudência para não atropelar um peão desprevenido e prossegui com destino ao Parque de Santiago onde estacionei o carro.
E foi assim que acabou o "tour" que proporcionei ao meu amigo e que muito lhe agradou.
Acompanhei-o até ao seu automóvel que ali deixara.
Disse-me, no longo abraço do momento, que ficou surpreendido com a forma como a Autarquia propicia visitas desta natureza às pessoas com problemas de mobilidade e eu lhe respondi que " Torres Vedras é uma cidade inteligente...um município cada vez mais inteligente", que tem mesmo um "Selo" a comprová-lo.
Pelo olhar pareceu-me não ter percebido.
Nota: Nada disto aconteceu mas poderia ter acontecido.