Insustentável
“Na edição da semana passada deste jornal (Badaladas) foi dado a conhecer ao público que, finalmente, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Torres Vedras está em condições de começar a actuar junto dos que, na cidade, prevaricam em termos de mau estacionamento automobilístico. Ou seja, vêm aí os bloqueadores de rodas, o reboque e as multas a doer. Já não era sem tempo.. Tudo porque a situação se tornou de tal maneira calamitosa e crónica nesta cidade, no dia-a-dia, que já ninguém aguenta. É insustentável. Reina hoje em Torres Vedras uma tal falta de educação e de civismo, num salve-se quem puder tremendo, que a anarquia parece ser o sistema e o regime que aqui governa e comanda.
Os casos são por demais conhecidos e de toda a gente. Ele há proprietários de automóveis e jipes (os topo de gama lideram a lista) que, ostensivamente, teimam em estacionar todos os dias os seus bólides em cima dos passeios, impedindo com a sua acção a passagem e o usufruto dos locais reservados exclusivamente aos peões. Estes têm, forçosamente, que saltar para o meio das ruas, sujeitos a atropelamentos. O que dizer, então, dos idosos, das crianças e das mulheres grávidas, dos deficientes motores e dos invisuais?
Há uma falta de consciência cívica e colectiva tal, que irrita o mais calmo e pacífico dos mortais cidadãos. Este tipo de prepotência terceiro-mundista é o que mais grassa nesta terra. Um caso concreto acontece mesmo nas barbas da PSP, ao fundo da Rua António Leal da Ascensão, próximo ao prédio onde mora o Presidente da Câmara Municipal, mesmo à noite, quando há estacionamento legal para dar e vender. É esta a cidade e os cidadãos que temos.
Saudamos, por isso, que a Polícia comece o quanto antes a operação de remoção das dezenas e dezenas de carros mal estacionados (em cima dos passeios e em 2ª, 3ª e 4ª filas) nesta cidade faz de conta. Certamente que uma larga franja de torrienses e de forasteiros lhes darão todo o apoio e ficarão eternamente agradecidos por essa moralização coersiva.
Estamos, no entanto, apreensivos quanto ao espaço que a PSP vai necessitar para o estacionamento dos automóveis rebocados. É diminuto. Como sabemos, a nova Esquadra foi edificada dentro de um espartilho. Não lhe é permitido alargar a sua área, a não ser que lhe seja doado um terreno adjacente para expansão Sul, previsto para a edificação de prédios de habitação. Nele poderia ficar o futuro parque de estacionamento em falta na Polícia.
Entretanto, a Câmara deve repensar um novo processo de sensibilização colectiva que leve as pessoas a estacionarem as suas viaturas no Parque da ExpoTorres, quase sempre às moscas.”
Nota: Este texto foi escrito por Fernando Miguel Silva, Director do Jornal Badaladas, na edição de 20 de Fevereiro de 2004, deste jornal.
Parece que foi ontem…
“Na edição da semana passada deste jornal (Badaladas) foi dado a conhecer ao público que, finalmente, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Torres Vedras está em condições de começar a actuar junto dos que, na cidade, prevaricam em termos de mau estacionamento automobilístico. Ou seja, vêm aí os bloqueadores de rodas, o reboque e as multas a doer. Já não era sem tempo.. Tudo porque a situação se tornou de tal maneira calamitosa e crónica nesta cidade, no dia-a-dia, que já ninguém aguenta. É insustentável. Reina hoje em Torres Vedras uma tal falta de educação e de civismo, num salve-se quem puder tremendo, que a anarquia parece ser o sistema e o regime que aqui governa e comanda.
Os casos são por demais conhecidos e de toda a gente. Ele há proprietários de automóveis e jipes (os topo de gama lideram a lista) que, ostensivamente, teimam em estacionar todos os dias os seus bólides em cima dos passeios, impedindo com a sua acção a passagem e o usufruto dos locais reservados exclusivamente aos peões. Estes têm, forçosamente, que saltar para o meio das ruas, sujeitos a atropelamentos. O que dizer, então, dos idosos, das crianças e das mulheres grávidas, dos deficientes motores e dos invisuais?
Há uma falta de consciência cívica e colectiva tal, que irrita o mais calmo e pacífico dos mortais cidadãos. Este tipo de prepotência terceiro-mundista é o que mais grassa nesta terra. Um caso concreto acontece mesmo nas barbas da PSP, ao fundo da Rua António Leal da Ascensão, próximo ao prédio onde mora o Presidente da Câmara Municipal, mesmo à noite, quando há estacionamento legal para dar e vender. É esta a cidade e os cidadãos que temos.
Saudamos, por isso, que a Polícia comece o quanto antes a operação de remoção das dezenas e dezenas de carros mal estacionados (em cima dos passeios e em 2ª, 3ª e 4ª filas) nesta cidade faz de conta. Certamente que uma larga franja de torrienses e de forasteiros lhes darão todo o apoio e ficarão eternamente agradecidos por essa moralização coersiva.
Estamos, no entanto, apreensivos quanto ao espaço que a PSP vai necessitar para o estacionamento dos automóveis rebocados. É diminuto. Como sabemos, a nova Esquadra foi edificada dentro de um espartilho. Não lhe é permitido alargar a sua área, a não ser que lhe seja doado um terreno adjacente para expansão Sul, previsto para a edificação de prédios de habitação. Nele poderia ficar o futuro parque de estacionamento em falta na Polícia.
Entretanto, a Câmara deve repensar um novo processo de sensibilização colectiva que leve as pessoas a estacionarem as suas viaturas no Parque da ExpoTorres, quase sempre às moscas.”
Nota: Este texto foi escrito por Fernando Miguel Silva, Director do Jornal Badaladas, na edição de 20 de Fevereiro de 2004, deste jornal.
Parece que foi ontem…
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