PARA QUEM NÃO CONHEÇA
( O texto é longo, mas valerá a pena lê-lo até ao fim )
Cliente. Câmara Municipal de Torres Vedras
Projeto. Requalificação Urbana da Avenida General Humberto Delgado e Rua Teresa de Jesus Pereira...
Ano. 2009-2011
Descrição. O objetivo inicial e central do projeto é, di-lo a própria designação geral do trabalho, o da Requalificação Urbana do “espaço” constituído pelas Avenida General Humberto Delgado e Rua Teresa de Jesus Pereira.
E (Re)Qualificação é a palavra certa, exaltando o sentido etimológico de “voltar a” qualificar, de qualificar “de novo”. É inequívoco que esta Avenida foi desde o seu início dotada de verdadeira qualidade e sentidos urbanos. E, em muitos aspetos, porventura os mais importantes e mais estruturantes, ainda o é. Não nos devemos deixar ofuscar pelas aparências do muito que de menos positivo hoje em dia nela é possível verificar.
Infraestrutura determinante e estruturante do atual espaço urbano de Torres Vedras, claramente bem pensada e bem gizada, chamou a si e organizou de forma “natural” muito do crescimento da cidade nas últimas décadas, que articuladamente e dialeticamente, mutuamente se qualificaram. A Avenida, espaço urbano, servindo de âncora e estrutura organizadora para o edificado; este dotando-a do seu verdadeiro sentido e ambição, na marginação das atividades urbanas que possibilita, e na dignidade que o alinhamento minimamente regrado e o porte significativo lhe conferem.
Com esta base, que não deixou com certeza de servir como exemplo esta parte da cidade cresceu de uma forma regrada e organizada, tão ausente de outras cidades, e mesmo noutras zonas mais recentes desta; perdidas na volúpia parasitária de loteamentos dispersos, desconexos, absolutamente autistas ao seu “vizinho” imediato, espartilhados e espartilhando territórios e hipóteses de urbanidade.
Urbana também inequivocamente, entre a adjetivação e substantivação, quer pela vontade de honrar e recuperar esse passado qualificado (devidamente adaptado às exigências e anseios da contemporaneidade); quer também, precisamente face a essa atualidade, elegendo como dois outros objetivos gerais dois temas centrais da atual construção (sentido lato) da(s) urbanidade(s): a Acessibilidade e Mobilidade para Todos e o Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Dito este título de outra maneira, de que formas tornar operativos, concretizáveis no espaço, no terreno, na obra esses outros objetivos gerais, essa vontade de Requalificação Urbana, com ênfase na Acessibilidade e Mobilidade para Todos e no Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Quanto à Acessibilidade e Mobilidade para Todos as medidas e ações específicas passam, no essencial por:
- Criação de um Percurso Acessível (sem concessões a qualquer obstáculo a qualquer cidadão, quaisquer que sejam as suas condições físicas e mentais);
- Marcação específica e contínua de meios auxiliares de deslocação para invisuais (associado ao Percurso Acessível, reforçando as condições deste como elemento indutor de uma mobilidade verdadeiramente universal e democrática no acesso à cidade e ao espaço urbano);
- Criação de um canal de infraestruturas e mobiliário urbano (libertando o espaço urbano dos obstáculos que se geralmente nele se acumulam, articula-se com o Percurso Acessível, na efetivação da sua operacionalidade);
- Rigoroso e detalhado controlo das cotas de Projeto e Obra (garantido na maior extensão possível a eliminação de barreiras ao acesso ao comércio e equipamentos, entendendo estes como natural extensão do espaço público).
Em termos de Desenvolvimento Urbano Sustentável as medidas concretas a implementar são, entre outras:
- Aumento da área permeável (estacionamento sobre grelha de enrelvamento e caldeira contínua);
- Recolha das águas pluviais (no cruzamento das duas anteriores medidas e ligado a cisterna de depuração, permitir-se-á o aproveitamento para regas e/ou lavagens de ruas);
- Escolha rigorosa e correta do coberto arbóreo e herbáceo a instalar (sentido biológico, sensorial e ambiental);
- Reforço de arborização (aumento significativo da presença do verde em espaço urbano, com os consequentes benefícios ambientais e sociais);
- Gestão de iluminação (nomeadamente ao nível do desenho urbano - implantação e correção dos níveis de iluminação, e redução de consumos);
- Criação de um canal subterrâneo de infraestruturas (evitando gastos, poluição e resíduos sólidos em reparações ou instalações futuras de infraestruturas);
- Estudo de pontos de recarga de baterias de automóveis elétricos (permitindo a implementação de redes públicas e/ou privadas de Zero Emission Vehicles);
- Devolução da cidade ao peão (face à significativa melhoria das condições de acessibilidade e mobilidade e a qualidade do desenho do espaço urbano e das condições de usufruto e permanência no espaço exterior).
Planta de implantação
- [ ]
https://s25.postimg.org/sd61ybdsv/IMG_3699.jpg
https://s25.postimg.org/62i6ycgin/IMG_3700.jpg
https://s25.postimg.org/cu8m175i7/IMG_3701.jpg
https://s25.postimg.org/wq4lgqmjj/IMG_3702.jpg
https://s25.postimg.org/njmatghb3/IMG_3703.jpg
( O texto é longo, mas valerá a pena lê-lo até ao fim )
Cliente. Câmara Municipal de Torres Vedras
Projeto. Requalificação Urbana da Avenida General Humberto Delgado e Rua Teresa de Jesus Pereira...
Ano. 2009-2011
Descrição. O objetivo inicial e central do projeto é, di-lo a própria designação geral do trabalho, o da Requalificação Urbana do “espaço” constituído pelas Avenida General Humberto Delgado e Rua Teresa de Jesus Pereira.
E (Re)Qualificação é a palavra certa, exaltando o sentido etimológico de “voltar a” qualificar, de qualificar “de novo”. É inequívoco que esta Avenida foi desde o seu início dotada de verdadeira qualidade e sentidos urbanos. E, em muitos aspetos, porventura os mais importantes e mais estruturantes, ainda o é. Não nos devemos deixar ofuscar pelas aparências do muito que de menos positivo hoje em dia nela é possível verificar.
Infraestrutura determinante e estruturante do atual espaço urbano de Torres Vedras, claramente bem pensada e bem gizada, chamou a si e organizou de forma “natural” muito do crescimento da cidade nas últimas décadas, que articuladamente e dialeticamente, mutuamente se qualificaram. A Avenida, espaço urbano, servindo de âncora e estrutura organizadora para o edificado; este dotando-a do seu verdadeiro sentido e ambição, na marginação das atividades urbanas que possibilita, e na dignidade que o alinhamento minimamente regrado e o porte significativo lhe conferem.
Com esta base, que não deixou com certeza de servir como exemplo esta parte da cidade cresceu de uma forma regrada e organizada, tão ausente de outras cidades, e mesmo noutras zonas mais recentes desta; perdidas na volúpia parasitária de loteamentos dispersos, desconexos, absolutamente autistas ao seu “vizinho” imediato, espartilhados e espartilhando territórios e hipóteses de urbanidade.
Urbana também inequivocamente, entre a adjetivação e substantivação, quer pela vontade de honrar e recuperar esse passado qualificado (devidamente adaptado às exigências e anseios da contemporaneidade); quer também, precisamente face a essa atualidade, elegendo como dois outros objetivos gerais dois temas centrais da atual construção (sentido lato) da(s) urbanidade(s): a Acessibilidade e Mobilidade para Todos e o Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Dito este título de outra maneira, de que formas tornar operativos, concretizáveis no espaço, no terreno, na obra esses outros objetivos gerais, essa vontade de Requalificação Urbana, com ênfase na Acessibilidade e Mobilidade para Todos e no Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Quanto à Acessibilidade e Mobilidade para Todos as medidas e ações específicas passam, no essencial por:
- Criação de um Percurso Acessível (sem concessões a qualquer obstáculo a qualquer cidadão, quaisquer que sejam as suas condições físicas e mentais);
- Marcação específica e contínua de meios auxiliares de deslocação para invisuais (associado ao Percurso Acessível, reforçando as condições deste como elemento indutor de uma mobilidade verdadeiramente universal e democrática no acesso à cidade e ao espaço urbano);
- Criação de um canal de infraestruturas e mobiliário urbano (libertando o espaço urbano dos obstáculos que se geralmente nele se acumulam, articula-se com o Percurso Acessível, na efetivação da sua operacionalidade);
- Rigoroso e detalhado controlo das cotas de Projeto e Obra (garantido na maior extensão possível a eliminação de barreiras ao acesso ao comércio e equipamentos, entendendo estes como natural extensão do espaço público).
Em termos de Desenvolvimento Urbano Sustentável as medidas concretas a implementar são, entre outras:
- Aumento da área permeável (estacionamento sobre grelha de enrelvamento e caldeira contínua);
- Recolha das águas pluviais (no cruzamento das duas anteriores medidas e ligado a cisterna de depuração, permitir-se-á o aproveitamento para regas e/ou lavagens de ruas);
- Escolha rigorosa e correta do coberto arbóreo e herbáceo a instalar (sentido biológico, sensorial e ambiental);
- Reforço de arborização (aumento significativo da presença do verde em espaço urbano, com os consequentes benefícios ambientais e sociais);
- Gestão de iluminação (nomeadamente ao nível do desenho urbano - implantação e correção dos níveis de iluminação, e redução de consumos);
- Criação de um canal subterrâneo de infraestruturas (evitando gastos, poluição e resíduos sólidos em reparações ou instalações futuras de infraestruturas);
- Estudo de pontos de recarga de baterias de automóveis elétricos (permitindo a implementação de redes públicas e/ou privadas de Zero Emission Vehicles);
- Devolução da cidade ao peão (face à significativa melhoria das condições de acessibilidade e mobilidade e a qualidade do desenho do espaço urbano e das condições de usufruto e permanência no espaço exterior).
Planta de implantação
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